sexta-feira, 29 de agosto de 2014

O que é Médium

Uma médica está massageando o peito de um paciente cujo coração havia acabado de parar. Ela continua os esforços, mas diz para a equipe: "Vamos tentar mais quinze minutos, mas certamente ele não volta... (sussurrando) eu vi."

Uma senhora, dona de casa, está à missa e vê um velho simples, sem roupas sacerdotais, subir ao altar e abrir a bíblia. Partilha com o filho:
- Você vê aquele senhor abrindo a bíblia?
- Não há ninguém ainda no altar, mãe?

Uma jovem empresária chega em casa cansada, deita no sofá, liga a televisão no canal da novela. A cadeira de balanço se balança. Janelas fechadas, porta fechada. Balançado insistente. A moça repreende: "Se quiser assistir, assista quieto!".

Um rapaz está com a esposa em um quarto escuro em que ela espera para fazer um exame especial da cabeça. A mão dele formiga. Pede, então, emprestado uma caneta. Pega uma folha de papel qualquer e começa a escrever. Ao terminar: "Olha, amor, o que disseram pra gente!". A moça mareja os olhos e dá m beijo no rapaz. A técnica responsável por realizar o exame solicita gentilmente que ele se retire da sala. Ele devolve um beijo na boca da esposa e vai reler a carta na sala de espera.



Tinha de ser assim



Conversando certa vez com um amigo sobre o quanto ele estava afastado do centro espírita, tendo ele sido um dos rapazes mais engajados que conheci, eu o cercava com argumentos que tentavam fazê-lo retornar. 

Estranhamente o via bem. Casado, com uma filha, cumprindo bem o seu dever no trabalho. Ele me dizia estar bem. Dizia sentir saudades, mas não sentir falta. Enumerava as qualidades da vida atual e sentia-se satisfeito. Médico, exercia sua profissão com misericórdia e sacrifício. Pai, deleitava-se de ver a filha crescer e elogiava cada novo passo dela.

Pouco tempo depois encontrei duas pessoas de seu antigo centro espírita que haviam igualmente se afastado. Elas eram como se fossem o núcleo familiar de lá, mas se afastaram. 

Liguei para ele, contei a má notícia. Ele não se espantou. 

- Por quê? Você acha que aquele centro não era bom, de fato? Mas, você defendeu com tanto afinco a grandeza dele? Deu tanto de si para o crescimento daquela casa? Você se arrepende de ter feito tudo aquilo?
- Não, querido. Não me arrependo. Mas, também acho que não estamos errados. O que eu acho é que as coisas mudam. 

As coisas mudam. As pessoas, também. Mudam de vida, de endereço, saem do centro. Se afastam, se aproximam. Percebi na fala dele a inocência do presente que eu insistia em culpar. Sem culpados, sem denúncias aquela fala. Uma perspectiva verdadeiramente cristã. Deveríamos dizer menos que os amigos que se afastam estão obsediados e revelar mais o quanto sentimos saudades deles. 

- Não vá! Estará desperdiçando um tempo precioso de sua vida! (fora daqui não há salvação!) - diz o puritano.
- Não queria que você fosse! Sentirei saudades! (fora daqui <3 não há salvação!) - diz o amigo. 

- Vá!